terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Homenageado de Artes Cênicas
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Eis o palhaço Xuxu no circo da Bienal da UNE! Luiz Carlos Vasconcelos se transforma no palhaço Xuxu e dará sua oficina na VI Bienal de Cultura da UNE
Luiz Carlos Vasconcelos se transforma no palhaço Xuxu há três décadas,
personagem que é fruto de sua paixão pelo circo e pelas técnicas populares de representação.
Surgiu e se desenvolveu em experimentações de rua, basicamente através de improvisos onde o material que surgia era selecionado naturalmente pela aceitação ou não do público.
Xuxu é um palhaço que nos remete às memórias da infância, à magia do circo e aos primeiros atores de rua, sua alma revela o lado risível da nossa humanidade.
E esta seriedade, o palhaço tem.
O que faz um homem se tornar um palhaço?
Talvez, certos homens, para crescer, precisem se expor assim. Xuxu me acompanha desde muito tempo, lhe devo muito.
Convivendo com ele aprendi a olhar o mundo e as pessoas com olhos mais atentos e sinceros. Aprendi também a olhar para mim, e após o primeiro susto, desatar a rir. Estou ampliado nele. Minha vaidade por exemplo, expressão do meu egoismo, se transforma em atitude generosa ao divertir os outros.
A dimensão de um palhaço está diretamente relacionada à dimensão do ridículo pessoal de quem o encarna . Tornar esse ridículo risível ou terno e oferecê-lo aos outros, é a missão dos palhaços.
Portanto, ao olhar para Xuxu, não tenha dúvida, somos assim mesmo.
Luiz Carlos Vasconcelos
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Dia de detetive na 6a. Bienal de cultura da UNE
AUDIOTUR NA 6a. BIENAL DE CULTURA DA UNE
"O grupo germano-argentino-brasileiro BiNeural-MonoKultur trabalha na procura de novas formas cênicas com o objetivo de experimentar em espaços não convencionais. Tem presença garantida na mostra latino-americana de artes cênicas 6a. BIENAL DE CULTURA DA UNE".
Por dia, milhares de pedestres transitam pelas ruas da sua própria cidade cegos por suas cotidianidades. Edifícios emblemáticos, marcas históricas, intervenções gráficas e até mesmo, outros moradores que compartem com eles o mesmo espaço urbano são ignorados pelos passos apressados. Voltar a atenção a detalhes de nosso ao redor, valorizando a cidade não como continente de vidas atarefadas e sim como espaço em si, com signos e particularidades que revelam e inspiram, que denunciam e transgridem, que ensinam e desmentem. É preciso romper com o olhar obvio, com o trajeto habitual, com o pensamento cansado do dia-dia, para repensar a cidade e apreciar seu patrimônio tangível e intangível.
O Audiotour consiste em uma experiência auditiva pessoal na qual se toma a cidade como cenário para um trajeto ficcional. O público é convocado em um ponto de partida onde recebe fones de ouvido e um reprodutor de MP3 (ou um discman) com indicações para realizar uma caminhada pelas ruas, praças e edifícios públicos da redondeza. A experiência é individual, cada espectador realiza o Audiotour sozinho em aproximadamente 60 minutos ininterruptos. A obra de audioficção gravada o conduz pelas ruas da cidade, gerando uma crescente interação entre ele e o espaço urbano por onde passa. Detalhes na paisagem , construções históricas ou até os próprios pedestres, antes ignorados, inspiram a estrutura da ficção que se desenvolve com o caminhar do "audioturista".
Os direcionamentos do percurso (vire a direita, suba a escada, detenha-se em frente de tal estátua) são dados em meio a uma estrutura ficcional que envolve o espectador como protagonista, adotando cada pormenor do entorno como argumento para o desenvolvimento da narrativa. O espectador parte do "ponto zero" sem saber por que caminho a história lhe irá guiar. Suspense, perseguição, humor e outros gêneros mesclados em uma rede de tramas que o levará por caminhos inusitados.
O formato Audiotour Ficcional põe o público em um lugar distinto: de espectador passivo passa a ter papel fundamental neste terreno limítrofe entre a intervenção, o documentário e a ficção. Uma experiência auditiva que envolve todos os sentidos e propõe uma maneira inédita de percorrer as ruas da cidade.
O grupo germano-argentino-brasileiro BiNeural-MonoKultur trabalha na procura de novas formas cênicas com o objetivo de experimentar em espaços não convencionais. Já participaram do Festival de teatro de São José do Rio Preto e da Mostra de Artes Sesc São Paulo e tem presença garantida na mostra latino-americana de artes cênicas 6a. BIENAL DE CULTURA DA UNE.
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quinta-feira, 4 de setembro de 2008
TEATRO E O POVO BRASILEIRO
O povo brasileiro nunca foi ao teatro. Nossas casas de espetáculo são, em geral, frequentadas por uma minoria neutra, sem expressão do ponto de vista da sensibilidade, da cultura, e até mesmo dos nossos costumes. Essa circunstancia é que produziu a confusão estabelecida nos debates sobre o assunto, pois, os pesquisadores do fenômeno entenderam de atribui-lo á falta de um público suficientemente preparado para aceitar a renovação de temas e de processos cênicos. (...) Eles se esquecem de que o artista é, ao mesmo tempo, unidade e massa, e que a obra se produz em uma zona neutra de equilibrio, controlada, concomitantemente, pelo criador, o critico, a massa e a individualidade. Nessa zona de equilíbrio, de harmonia, se a obra interessar ás multidões, será uma obra teatral. O povo, portanto, tem razão quando se ausenta, e nega, assim, ao nosso teatro o direito de considerar-se nacional, legitimamente brasileiro, reflexo da nossa indole, dos nossos costumas, da nossa cultura e civilização. Muitos são os fatores determinantes da lamentável situação em que se encontra o nosso teatro, em relação à cultura popular.
O primeiro é a feita de um teatro inicial, ou primário, como o seria o Teatro do Povo. Por esse motivo não se poderá, honestamente, atribuir nenhuma culpa aos autores profissionais, atualmente considerados como sub-literatos, uma vez que estavam mantendo, embora com sacrifício da própria dignidade cultural, o relativo que ainda consegue o nosso teatro despertar no espírito da minoria neutra, a chamada pequena-burguesia, que determina, implacavelmente, o baixo nível artístico ou literário, e o premeditado mau gosto de muitas de suas produções. Essa minoria que frequenta os teatros, e que assim torna possível a sua existência, age por intermédio do empresário industrial, e este, por sua vez, impõe aos autores a má qualidade de suas peças. Caso único representante do público que ainda vai aos teatros, alguns empresários industriais transformaram a arte dramática em negócio, e a produção teatral em mercadoria especialmente destinada aos seus fregueses. (...)
Temos assim o fracasso completo, que abrange os empresários, os velhos autores e os renovadores. Para os empresários, o teatro é um negócio. Para os velhos autores, o “espelho da vida”. E para os renovadores, cenografia, iluminação funambulesca o guarda-roupa. De tudo isso resultou que, hoje em dia, o espectador médio parece superior aos autores o aos artistas, enquanto o espectador erudito procura iludir-se com as falsas renovações, e o espectador-povo ignora completamente a existencia do teatro.